Um ponto no teu passo de pedra.
Uma pedra bem no meio da minha cara.
Um salto gelado no nada.
Pensamentos cinza.
Janela de cortes pouco profundos.
Cigarros de palha.
Medos de meia-cor.
Vaga sensação de vai-e-vem.
Danação.
Conchas sem som.
Sigo ainda.
Pego ainda.
Mais.
Mais de mim e do mundo.
Mar.
Montes de vida.
Garganta molhada.
E vazada.
Coração.
Cora a acidez do meu vão.
Cala os indesejáveis zunidos de nós.
Porão.
Ver-te onde queria estar.
Verte em solidão.
1 comentario:
Estar longe é viver-se. Nessas circunstancias, uma alma artista não se furta ao elogio da solidão. Ela lhe parece mais concreta que nunca, sólida mesmo. Daí os pensamentos cinza, como rochas que pesam em nossa consciência de si e do mundo. Desta infelicidade produtiva, cheia de vida, resta a felicidade dos que lêem o que vc escreve. Pois na dor lida sentem bem. Beijo saudoso, amiga querida de tão longe.
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